CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO DO VARATOJO

 Este belo convento situa-se no Varatojo, no concelho de Torres Vedras. Foi construído em 1474 e, este foi o único edificio mandado construir pelo Rei D.Afonso V. Mas já vamos à história dele neste convento… No seu interior, tem uma pequena entrada com uma escadaria com azulejos que na altura da revolução (1910) foram todos picados por quem tentava entrar à força naquele convento, foram sem dúvida uns portões de ferro, grandes, que deteram as gentes e protegeram tudo e todos no seu interior. Atualmente, podemos entrar aqui, porém temos de o pedir… há uma corda com um sino que dá o alerta ao frade que está gente à porta. O sino faz Bélem… blem… blom… e lá vem o frade, vestido com a sua capa castanha, receber os visitantes. No seu interior uns claustros com um jardim no meio, um pequeno riacho que serpenteia todo o jardim com peixes dourados… Durante as festas Antoninas, ali costuma estar um tapete feito de flores. Aliás, por todo o convento – e, apenas durante estas festividades são inúmeros os tapetes feitos de flores. São as pessoas ali residentes (no Varatojo) que os fazem. Andam de jardim em jardim, pelos campos, e montes a apanhar flores para ali fazerem tapetes únicos. 


A capela, é revestida a azuleijos que retrata os episódios da vida de Santo António. O dourado dos altares contrasta com o azul dos azuleijos. 
Ali já se fizeram centenas de casamentos, batizados… Festas e celebrações felizes… Concretizações de amor… Ninguém diria… Ninguém diria que foi ali que o Rei D. Afonso V se refugiou… O Rei D.Afonso V que ficou conhecido como o Africano devido às suas investidas no Norte de África, mas também o Infeliz/Triste, dada a sua triste história de vida. Passou por diversas vicissitudea ao longo da vida, perde o pai aos 6 anos e sobe ao trono, mas é a mãe que fica a gerir o país, mais tarde a mãe é envenenada e é o tio D.Pedro quem 

assume o trono até este atingir os 14 anos… Casa, enviúva, perde as batalhas no Norte de África, pede ajuda ao Rei Luís XI de França e é enganado. Entrega o trono ao seu filho D.João II, e refugia-se no Convento. 

O seu quarto era uma pequena divisão mesmo por cima da entrada, e, como forma de marcar ali a sua presença, ainda está presente na entrada uma marca, que a designou como sua. 
Uma roda com gotas que saltam, gotas essas que não são mais do que lágrimas… As lágrimas do Rei… De um Rei triste…


Lugares com alma, com alma d’gente…

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