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O BAIRRO DA GRAÇA

A Graça - zona de Lisboa localizada numa das colinas mais elevadas da capital, é ponto de paragem e visita obrigatória para quem visita Lisboa. É a partir do Miradouro da Graça que as vistas são as mais belas. É ali que centenas de pessoas de todos os cantos do Mundo, param para observar a cidade, o Castelo, o Tejo e ao fundo, o Cristo-Rei que estende os braços como que a abençoar quem cruza o Tejo e toda Lisboa.  Ali, em 1371, os frades Agostinhos circulavam junto daquele miradouro entre os seus afazeres. Foi nesse mesmo ano que, por ordem de D. Fernando que esta zona passou a estar dentro das muralhas da cidade. A Graça nesta altura não era mais que o Convento de Santo Agostinho - que posteriormente assume o nome de Convento da Graça, lado a lado com campos de cultivo.  Aquela zona não era de todo a predileta, ou "in" para se residir, no entanto os nobres viram esse ponto como uma oportunidade de ali construírem os seus sumptuosos palacetes. De entre os diversos palacetes a

ÓBIDOS: VILA DAS RAINHAS

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Óbidos, esta bela vila, é sem dúvida uma das joias do Oeste. Um local fortificado. Outrora palco de batalhas, hoje, faz um convite à visita. Óbidos a sua toponímia não é originária de OPPIDUM, pois o duplo pp não pode ser convertido em B de Óbidos. Foram os tempos, e as pessoas com a sua forma como falamos que levou de OPPIDUM a Óbidos, porque na altura não existiam povos germânicos naquela região, logo, tudo leva a crer que foi o povo que acabou por ditar que seria Óbidos.  Óbidos era uma cidade portuária, que servia para proteger das investidas dos piratas mas, também para proteger uma pequena cidade que ali se encontrava a Eburobrício. Ora, até ao séc. XVI era possível às embarcações entrar com o barco em Alfeizeirão e navegar nas águas calmas até Óbidos, ali, estavam seguros.  Foi residência do Rei D. Sancho I, que decretou ali poderem viver leprosos, mas fora das muralhas, porém, a vida dos leprosos não era fácil pois além da sua condição física tinham também de anunciar a sua apr

RUNA E AS SUAS ESTÓRIAS

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Pedro cresceu em Runa. Viveu ali… 37 anos. As gerações que ali viveram regridem até aos seus bisavós, as suas raízes são bem profundas. Traz Runa no coração. O amor que tem pela aldeia é imenso.  Atualmente existe um pequeno, mas grande movimento chamado “A Baloiçar”, Pedro conhecia já alguns, embora já tenha tido a ideia de criar um baloiço como forma de atrair pessoas, de dinamizar aquele local, mas principalmente o de dar a conhecer Runa. Isto foi o que o Pedro fez. Mas existem muitos outros " Pedros " em Runa, com Runa no coração, ansiosos por mostrar os cantos e recantos cheios de encantos desta aldeia entre montes e vales. Foi no final de 2020, propôs a colocação de um baloiço ali, no topo da Quinta do Penedo. A ideia surgiu em aliar o Parque de Caravanas (ainda em projeto) ao baloiço, ajudando a uma maior dinâmica de pessoas e ajudando a economia local, além de ajudar a divulgar o património de Runa.  A vista é fenomenal. Dali avista-se montes e vales. Fica ao lado do

LEONOR, A IMPERATRIZ TORREENSE

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Leonor de Portugal foi uma jovem que nasceu e viveu parte da sua infância em Torres Vedras . Leonor era filha de D. Duarte I, também conhecido pelo cognome de Rei Filósofo. O seu pai morre de peste, e a mãe – Leonor de Aragão, exila-se em Espanha, mas deixa os filhos – Leonor, Catarina, Afonso (que viria a ser Rei) e Fernando, aos cuidados do Duque de Coimbra D. Pedro. Leonor fica órfã aos 11 anos. A sua infância foi passada com as suas irmãs Catarina e Joana e com a sua tutora escolhida pelo tio (D. Pedro) a D. Guiomar de Castro. Foi precisamente aos 11 anos que as negociações do seu casamento tiveram início. A beleza da Infanta era tal que ficou registada por diversos historiadores, arcebispos, pintores, escultores e membros da corte do seu futuro marido. Aos 16 anos é decidido pelos seus tios D. Pedro e D. Isabel de Borgonha que tinha chegado a hora do matrimónio, o casamento seria com o Imperador Frederico III da Áustria.  Ora, aos 16 anos as paixões começam a surgir… O amor surgiu

O CASTELO DE TORRES VEDRAS

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Torres Vedras foi berço de muitos príncipes e princesas. A sua importância era tal que aqui existiu um Paço Real, mandado edificar logo após a formação de Portugal. Era um local de paragem para romanos, dada a sua acessibilidade via mar. Sim… havia uma entrada de mar até sensivelmente pouco após a vila de Ponte de Rol, uma localidade pertencente a Torres Vedras. No museu local – o Museu Leonel Trindade, localizado nos claustros do Convento da Graça, estão expostos diversos achados arqueológicos alusivos aos romanos que assim comprova a sua existência e passagem. Apenas como curiosidade… ali, estão expostas duas pequenas lápides. Numa lápide está uma homenagem da esposa ao seu esposo ao que ela se refere como “ótimo esposo” e, numa outra “ao seu excelente filho”. Só quero rematar isto das lápides… ainda bem que hoje há SMS e redes socais. O Castelo de Torres Vedras na altura era chamado de Epar do Castelo, e foi um importante ponto militar. D. Afonso Henriques conquistou-o aos mouros e

FORTALEZA DE PENICHE

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O início da construção da Fortaleza de Peniche tem como base o Baluarte Redondo constituiu a primeira fortificação erigida na Península de Peniche, este baluarte foi utilizado como zona de isolamento, conhecido como “o segredo” pelos ex-presos políticos, foi ordenada por D. João III e concluído em 1558 sob direção de D. Luís de Ataíde - 3 º Conde de Atouguia da Baleia.  A Fortaleza, foi mandada edificar por encabeçava um vasto sistema defensivo edificado após a Restauração com a finalidade de defender a então Vila de Peniche e o seu porto de qualquer desembarque de forças estrangeiras hostis à governação da Casa Real de Bragança. Praça militar de vital importância estratégica até 1897, abrigo de refugiados Bóer provenientes da África do Sul no início do séc. XX, residência de prisioneiros alemães e austríacos durante a 1ª Guerra Mundial, prisão política do Estado Novo entre 1934 e 1974, alojamento provisório de famílias portuguesas chegadas das antigas colónias ultramarinas em 1974, e

LAVADEIRAS DE OUTROS TEMPOS

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 É… antigamente não havia redes sociais. Não havia telemóveis. Os telefones eram poucos. Televisão, nem todos podiam ter, era um luxo. A máquina de lavar roupa era um sonho. E… Enquanto não passava de sonho, mas também de possibilidades para a adquirir, recorria-se aos filtros que tinham tanques comunitários. Os passeios que hoje fazemos, não eram feitos… Era uma voltinha até aos tanques, onde lavavam rodos de roupa. Foi ali naqueles tanques comunitários que surgiram as redes sociais… era ali o ponto de encontro e se punha a conversa em dia.  Na zona de Mafra as “saloias” ( mas com orgulho... ) arranjavam clientes em Lisboa, traziam as roupas para os tanques e afluentes de rios – isto a retroceder ainda mais no tempo, e lavavam ali a roupa das freguesas que davam a roupa ao rol. A saudosa atriz Beatriz Costa retrata bem no filme “Aldeia da Roupa Branca” o dia de lavar roupa das freguesas. Não era uma vida fácil. Mas os tempos mudaram… E ainda bem… Mudemos de região… Peniche. Antes de e