FORTALEZA DE PENICHE

O início da construção da Fortaleza de Peniche tem como base o Baluarte Redondo constituiu a primeira fortificação erigida na Península de Peniche, este baluarte foi utilizado como zona de isolamento, conhecido como “o segredo” pelos ex-presos políticos, foi ordenada por D. João III e concluído em 1558 sob direção de D. Luís de Ataíde - 3 º Conde de Atouguia da Baleia. 

A Fortaleza, foi mandada edificar por encabeçava um vasto sistema defensivo edificado após a Restauração com a finalidade de defender a então Vila de Peniche e o seu porto de qualquer desembarque de forças estrangeiras hostis à governação da Casa Real de Bragança.


Praça militar de vital importância estratégica até 1897, abrigo de refugiados Bóer provenientes da África do Sul no início do séc. XX, residência de prisioneiros alemães e austríacos durante a 1ª Guerra Mundial, prisão política do Estado Novo entre 1934 e 1974, alojamento provisório de famílias portuguesas chegadas das antigas colónias ultramarinas em 1974, e a partir de 1984 albergue do Museu Municipal, a Fortaleza de Peniche assume especial relevância enquanto importante documento de uma diacronia histórica de índole local e nacional.
Nesta fortificação seiscentista destacam-se como pontos de interesse o Portão de Entrada, o Revelim, a Porta da Fortaleza, o Baluarte Redondo, a Capela de Santa Bárbara, o Pátio da Cisterna, as Casamatas, a Torre de Vigia, para além do Museu Municipal que contém colecções diversas ligadas à etnografia local, e, dos edifícios da antiga Prisão Política do Estado Novo. Conjuntamente com as muralhas que cruzam o istmo de Peniche, com a sua típica arquitectura Vaubin, esta Fortaleza foi considerada no decurso do séc. XVII, como a “chave do reino”.
Decorria o ano de 1544 quando D. Afonso de Ataíde, senhor da Atouguia, escreveu a 15 de Julho ao Rei D. João III, onde este expressa a preocupação de cercar Peniche com uma muralha e fazer desta um importante ponto defensivo da Casa Real. Abaixo estão vários excertos dessa mesma carta:

Senhor:
Até agora não respondy a Vossa Alteza ao que me mandou por sua Carta sobre o Castello, e Baluarte que quer fazer na Ribeira d’Atougia, porque quis saber o como se faria milhor, e com menos custo, e domde se podia ajudar a fazer, e manter como me Vossa Alteza escrepveo, que queria que se fizesse, e mantivesse” (…) “…e pêra se sentir menos gasto desta obra tão necessária…” (…) “ … ho milhor lugar pera se fazer a Fortaleza, he no Ilheo das Cabanas, porque está sobre a boca do Rio, e em lugar mui conveniente pera defender, porque nom entrem nenhuns Navios, nem Batés demtro, nem posão os Navios chegar ao pouso dos Acedares, domde podem esbombardear ho Lugar, porque os meterá o Castello no fumdo, e asy defemderá muita parte da Praya (…) asy, porque he o milhor sítio, que há em toda aquella Ilha pera esta Fortaleza fazer, e com pouca despeza, e se cerquar d’agoa do Mar.”
”… pera que he necessario o Castello, e em toda aquella Ilha nom ha hy outro lugar pera se poder fazer dano ao pouso das Náos senão neste que se chama o Alto da Vella….” (…) “…E ácho que val esta obra toda pellos preços de Luis Fernandes, a saber o Castello … 1 870$800 réis, y segundo o orçamento de Gabriel Brás 1 642$060 réis.” 
in “Peniche na História e na Lenda” 

​Lugares com alma, com alma d’gente…

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