O CASTELO DE TORRES VEDRAS

Torres Vedras foi berço de muitos príncipes e princesas. A sua importância era tal que aqui existiu um Paço Real, mandado edificar logo após a formação de Portugal. Era um local de paragem para romanos, dada a sua acessibilidade via mar. Sim… havia uma entrada de mar até sensivelmente pouco após a vila de Ponte de Rol, uma localidade pertencente a Torres Vedras. No museu local – o Museu Leonel Trindade, localizado nos claustros do Convento da Graça, estão expostos diversos achados arqueológicos alusivos aos romanos que assim comprova a sua existência e passagem. Apenas como curiosidade… ali, estão expostas duas pequenas lápides. Numa lápide está uma homenagem da esposa ao seu esposo ao que ela se refere como “ótimo esposo” e, numa outra “ao seu excelente filho”. Só quero rematar isto das lápides… ainda bem que hoje há SMS e redes socais.


O Castelo de Torres Vedras na altura era chamado de Epar do Castelo, e foi um importante ponto militar. D. Afonso Henriques conquistou-o aos mouros em 1148 e doou-a a D. Fuas Roupinho que, por sua vez construiu as muralhas externas. Quarenta anos depois, os muçulmanos que se encontravam na área de Santarém tentaram uma nova investida, o Emir Abu Iúçufe tentou durante 11 dias, mas não conseguiu. We Won!
D. João I, em 1413 reuniu nos Paços do Concelho para decidir sobre a conquista de Ceuta (1415) que foi também o ponto de partida para os Descobrimentos Portugueses pelo Mundo.

Casa de Ceuta: assim é chamada por marcar o local onde João I de Portugal (1385-1433), em 1414, reuniu o Concelho Régio e decidiu conquistar Ceuta

As esferas armilares e a cruz de Cristo junto ao portão do Castelo foi o Rei D. Manuel quem as colocou ali, estávamos em 1516. A vila de Torres Vedras foi crescendo em redor do Castelo. Com o tempo, o braço de mar foi fechando e o acesso via mar tornou-se cada vez mais difícil e, por conseguinte, os Reis passaram a estar mais tempo em Lisboa, foi quando o Paço Real passa a ser prisão. O terremoto de 1755 também deixou as suas marcas quando parte do Castelo e das muralhas ruiu. Em 1810 durante a Guerra Peninsular, fazia parte das Linhas de Torres, era o reduto nr. 27. A guerra civil da Patuleia em 1846, foi a última batalha ali travada. Os canhões já não soam. Já não se travam batalhas. O castelo está vazio. Os soldados guardaram as suas armas para não mais as usar. Agora as suas ameias servem para as percorrer e ver a fantástica vista dali. As armas foram substituídas por lentes de máquinas fotográficas e telemóveis. Click… dispara… e sai mais uma foto para criar uma memória. Uma memória visual a juntar a tantas memórias daquele local.
Lugares com alma, com alma d’gente…

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