ÓBIDOS: VILA DAS RAINHAS

Óbidos, esta bela vila, é sem dúvida uma das joias do Oeste. Um local fortificado. Outrora palco de batalhas, hoje, faz um convite à visita. Óbidos a sua toponímia não é originária de OPPIDUM, pois o duplo pp não pode ser convertido em B de Óbidos. Foram os tempos, e as pessoas com a sua forma como falamos que levou de OPPIDUM a Óbidos, porque na altura não existiam povos germânicos naquela região, logo, tudo leva a crer que foi o povo que acabou por ditar que seria Óbidos. 


Óbidos era uma cidade portuária, que servia para proteger das investidas dos piratas mas, também para proteger uma pequena cidade que ali se encontrava a Eburobrício. Ora, até ao séc. XVI era possível às embarcações entrar com o barco em Alfeizeirão e navegar nas águas calmas até Óbidos, ali, estavam seguros. 

Foi residência do Rei D. Sancho I, que decretou ali poderem viver leprosos, mas fora das muralhas, porém, a vida dos leprosos não era fácil pois além da sua condição física tinham também de anunciar a sua aproximação com sinos. Foi a Rainha Santa Isabel que mandou construir uma leprosaria.

É importante referir que Óbidos era sede de concelhos de todos os atuais concelhos limítrofes (Caldas da Rainha, Bombarral). 

É também conhecida pela vila Leal, por ter sido leal a D. João I, na altura D. Sancho foi acusado de não saber governar e teve de fugir pois a revolução era muito grande, D. João I sobe ao trono.

Mas também é conhecido por ser a Vila das Rainhas. Era uma vila nobre, e foi fazendo parte dos dotes das Rainhas. A primeira rainha foi D. Urraca, que a teve em dote, posteriormente foi sempre passando de rainha em rainha até ao sismo de 1755. Óbidos sofreu muitos danos, mas foi precisamente após este terremoto que acidentalmente se encontraram as águas cálidas das Caldas da Rainha.

Foi a Rainha Santa Isabel que deu o foral às Caldas da Rainha e desagregou-a de Óbidos, mas esta história fica para outro momento. 

A vila de Óbidos caiu com a entrada do Liberalismo em Portugal, ou seja, as Invasões Francesas que assolavam o país e, a perda gradual do Brasil que financiava o nosso país e, para agravar as guerras peninsulares que debilitavam ainda mais as nossas finanças e estabilidade. 

Óbidos torna-se então numa cidade-fantasma… os conventos foram esvaziados, os bens vendidos. Não havia vivalma naquelas ruas. Foi o turismo que veio revitalizar aquela vila, mais precisamente nos anos 30. 

Os monumentos e a vila são recuperados. São aos milhares hoje a passar diariamente na rua direita. Entram pelo arco de entrada, apreciam a varanda forrada a azulejo e seguem pela rua acima. Vêm uma e outra loja de artesanato, degustam a bela da Ginjinha de Óbidos, apreciam os painéis de Josefa de Óbidos. E… ao cair da noite, são poucos os que ficam na vila. 

Á noite aquela vila tem outro ambiente. Uma noite de fado… uma ginjinha… um toupeiro… um recanto… tudo com muito encanto… E sentamo-nos a apreciar uma das praças… e questionamo-nos quantas rainhas estiveram ali sentadas a apreciar aquela beleza…


Lugares com alma, com alma d’gente…

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